Saúde e Bem-Estar

Epilepsia: O que é e como atuar em caso de emergência

7 Novembro, 2022

Epilepsia

A epilepsia é uma doença neurológica crónica que afeta diversas funções mentais e físicas do paciente. Os efeitos emocionais no seio familiar também são preocupantes.

Em Portugal, estima-se que a epilepsia afete entre quatro a sete mil pessoas, ou seja, um em cada 200 portugueses. Contudo, o número de pessoas que, não sendo epiléticas, pode ter uma crise convulsiva durante a vida é de cerca de um em cada 20.

Porém, o que significa viver com epilepsia?

“Esta é uma doença neurológica crónica caracterizada por crises epiléticas recorrentes. Estas crises traduzem-se numa descarga elétrica excessiva de um conjunto de neurónios no nosso cérebro, o que vai dar um conjunto de manifestações caracterizadas por estas crises epiléticas”, começa por referir Cristina Rosado, da Liga Portuguesa contra a Epilepsia.

No entanto, esta patologia não se resume aos episódios de convulsões e tem várias repercussões no seio familiar, social e profissional, em particular no período associado à pandemia da Covid-19. “A epilepsia é um pouco individual, mas também afeta várias esferas. Dois terços das pessoas com epilepsia têm um bom controlo com medicação antiepilética, integram-se relativamente bem na sociedade e conseguem fazer de forma razoavelmente autónoma a sua vida, no contexto familiar, social e profissional”, salienta a especialista.

Não falhar a terapêutica

No entanto, há pacientes que vivem mais condicionados. De facto, outro terço dessas pessoas “apresenta uma epilepsia refratária, ou seja, que não responde aos medicamentos habituais. Estas pessoas têm maior necessidade de apoio, com outros problemas como ansiedade, depressão, alterações de comportamento”.

Porém, é preciso compreender as restantes limitações associadas a esta doença, particularmente durante o período da Covid-19. “Existem pessoas que neste contexto de confinamento podem revelar maior ansiedade, stress, maior angústia e alterações de padrão do sono. Isto pode facilitar o aumento do número de crises e é importante que haja uma boa adesão da terapêutica antiepilética. Deve-se garantir que os doentes não falhem a adesão às tomas terapêuticas, caso contrário vão ter um maior número de crises, o que os obriga a recorrer aos hospitais, que é indesejável nesta altura”, alerta Cristina Rosado.

Por outro lado, os cuidadores devem estar atentos sobre a forma como lidar com estes doentes em especial. “Adaptar o ambiente em que a pessoa vive ao tipo de crises que tem, algumas são manifestadas por quedas súbitas, outras pessoas têm comportamentos automáticos, e educar os cuidadores sobre o que devem fazer perante uma crise”, refere a especialista.

Como atuar numa urgência

Nas crises generalizadas, em que a pessoa perde a consciência, cai ao chão e faz movimentos involuntários, as pessoas à volta devem:

1. Tentar manter a calma em todos os momentos que ocorra a crise;

2. Retirar os objetos ao redor que possam causar algum ferimento no doente;

3. Se a pessoa ceder, tentar colocá-la na posição lateral de segurança;

4. Não permitir que haja muitas pessoas à volta do doente. Deixá-lo respirar;

5. Cronometrar a duração da crise; se exceder cinco minutos, ligar o 112;

6. Colocar uma proteção por baixo da cabeça da pessoa (por exemplo, um casaco);

7. Quando despertar, tentar orientá-lo e esperar que recupere na totalidade.

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Texto: Mário Rui Santos

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